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Uma Palavra da Secretária

  Façamos da interrupção um caminho novo.
  Da queda, um passo de dança,
  do medo, uma escada,
  do sonho, uma ponte,
  da procura, um encontro!

Queridas professoras, queridos professores das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e Escolas Municipais da Rede Municipal de Educação, diretores(as) e vice-diretores(as), coordenadores(as) pedagógicos(as) gerais, coordenadores(as) de ciclo e de turno, coordenadores(as) da escola integrada, secretários(as) escolares, gestores(as) administrativos(as), bibliotecários(as) escolares, assistentes administrativos(as) educacionais, articuladores(as) de leitura, monitores(as) do programa escola integrada, diretores(as) regionais de educação e suas equipes, diretores(as) e gerentes da Smed, assessores(as) e estagiários(as), é com carinho que me dirijo a vocês.

Estamos em isolamento social desde o dia 14 de março e, a cada 24 horas, refletimos sobre o que estamos vivendo. Assistindo permanentemente às informações da TV, olhando continuamente as mensagens do celular e articulando ações devidas em razão das nossas profissões. O mundo teve que se reorganizar e funcionar a partir de novas configurações, em todos os campos. Milhares de pessoas morrem por dia, acometidas pelo novo coronavírus, pela Covid-19.

Esse inimigo nos faz viver como em períodos de guerra, mas uma guerra estranha, sem inimigo visível. E muitas dúvidas surgem, muitos dilemas, confrontos sobre o que pode ou não pode ser feito e, diante das dificuldades, constrangimentos e dores afloram e afligem as pessoas.

O que está acontecendo merece de nós reflexões em várias dimensões: éticas, técnicas, profissionais, científicas, políticas, religiosas, afetivas, familiares, criativas, pedagógicas, ou qualquer outra que nos venha à mente, porque estamos vivendo um tempo sem precedentes na história mundial. Trata-se de um contexto paradoxal, em que está em jogo a luta pela vida humana e, diante do qual, há uma busca pela construção de novos sentidos para a vida. Óbitos pelo mundo e pelo Brasil ultrapassam as centenas de milhares. Grupos de pesquisadores(as), em todos os cantos do planeta, ocupam-se em descobrir uma vacina. Mais do que nunca, a importância da ciência se faz presente. Desemprego, mortes, violência doméstica, abusos e tensão são vividos dia a dia e os números, gráficos e curvas que aparecem nos telejornais assustam e impactam. Persiste a recomendação de que cada pessoa se cuide, permanecendo em casa, em isolamento social. As nossas escolas seguem fechadas, com total incerteza quanto ao futuro e uma espera inquieta pelo retorno à vida normal.

Diante de tudo isso, refletimos sobre a importante verdade que o convívio com o vírus nos ensina: o exercício da humildade. Ensina que ninguém sabe ou tem certezas das coisas, porque ninguém viveu ou experimentou algo semelhante. A urgência da experiência de desenvolvimento da solidariedade e da colaboração traz possibilidades de melhores momentos no enfrentamento das situações rotineiras da vida. E a alegria de termos de volta essas atitudes e valores traz alento para os maus dias, de tantas perdas, dramas e tristezas.

A escola não está desvinculada desse contexto. Não é um universo fechado, isolado, à parte. Nós, profissionais da educação, estamos diante de algo nunca visto. Precisamos enfrentar a nossa profissão sem a casa que sempre foi o nosso chão – a escola. Mas, se estamos fisicamente distantes das nossas escolas e de nossos/as estudantes, como fazer? Como garantir os conhecimentos que consideramos fundamentais aos(às) nossos(as) estudantes? Como realizar o ensino sem tê-los(as) diante de nós, sem poder olhar nos seus olhos e interagir com seus sentimentos, desejos, ansiedades, alegrias e medos?

No enfrentamento a esses desafios, desde o momento em que as atividades escolares presenciais foram suspensas, diversas respostas a essas questões têm sido construídas, por meio do esforço de cada escola da Rede Municipal de Educação. De modo muito especial, esse esforço tem revelado grande criatividade dos coletivos de profissionais no exercício da autonomia pedagógica, para a proposição de soluções criativas para viabilizar a manutenção de vínculos afetivos com estudantes e suas famílias, bem como para viabilizar atividades de ensino remoto, com o objetivo de manter os vínculos pedagógicos e de criar possibilidades de acesso aos conhecimentos escolares.

Por essas razões, e acreditando que todos(as) nós, juntos(as), conseguiremos superar esses grandes desafios, apresentamos os eixos estruturadores de uma proposta pedagógica para esses tempos de pandemia, na esperança de conseguirmos sistematizar, de forma coletiva e considerando a autonomia pedagógica das escolas, os planos de ensino e as trilhas de aprendizagem para crianças, adolescentes, jovens e adultos(as) da cidade de Belo Horizonte.

Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben

Novembro/2020.

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